A criação da Secretaria Nacional de Política para as Mulheres, em 2003, em consonância com a promulgação da Lei Maria da Penha em 2006, são marcos importantes no combate à violência contra a mulher, porém, torna-se portanto mais do que necessário que a sociedade civil, aliada às políticas de Estado sejam capazes de consolidar uma rede socioassistencial capaz de concretizar ações de proteção à mulher vitimizada. E o O ECA-Estatuto da Criança e do Adolescente que em seu artigo 93, prevê o acolhimento de  Crianças e adolescentes de 0 a 17 anos e 11 meses. Por determinação do Poder Judiciário e por requisição do Conselho Tutelar, são instrumento de proteção e garantia de direitos, que embasam o prestação de serviços socioassistenciais do MOMUNES.

O MOMUNES – Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba nasceu com a formação do Coral de  Mulheres Negras, em 1997, que se apresentavam  a caráter para  difundir a cultura afro através de música, do figurino  e da mídia espontânea, alicerçando o futuro com suas falas e ações, pois o objetivo de sua fundadora, Mazé Lima, era empoderar mulheres em situação de vulnerabilidade social,  vítimas de racismo e de preconceito, independente  da etnia, gênero e religião, sem qualquer vínculo com a política partidária.

E assim teve origem a Casa de Acolhimento Recomeçar, onde disponibilizamos o acolhimento para mulheres em situação de vulnerabilidade social, onde são ofertados moradia completa, assistência social, atendimento médico e psicológico e geração de renda.

Pela Recomeçar já passaram mais de 200 mulheres ao longo de mais de 20 anos, de um trabalho que beneficiou não apenas a elas, mas os familiares, criando oportunidades para, através dessa ajuda, educação, oficinas, orientação e apoio, encontrarem um novo rumo.

A expertise com a Recomeçar e com os projetos em prol da causa social, que sempre foram prioridade, garantiu ao MOMUNES o conhecimento e a credibilidade necessários para participar de um edital de chamamento da prefeitura de Sorocaba e ser aprovado quando houve a necessidade da criação de uma nova casa de acolhimento para receber crianças e adolescentes de 0 a 18 anos de idade, para uma gestão compartilhada. A Casa Lar São José.

A proposta para o futuro é mais ampla, considerando que o espaço físico que temos a CASA MOMUNES , realizamos a oferta de atividades onde para além dos cursos de capacitação,(entre eles, manicure, cabeleireiro, confeitaria, panificação, costura, contraturno escolar, pré vestibular e cuidador/educador) sempre focando a sustentabilidade, capacitação e geração de renda, oferecendo oportunidade de trabalho para as mulheres negras, não negras, refugiadas, LGBTQIA+ e SAICA, em situação de vulnerabilidade, risco pessoal, social e de abandono e para as e os jovens das Repúblicas, que necessitam de um apoio sócioeducativo, acolhimento institucional integral de moradia, alimentação, higiêne, serviços jurídicos, onde além da segurança que precisam e não encontram em suas próprias casas, necessitam também e principalmente, do atendimento emocional/psicológico/psiquiatrico as vezes, para seguir em frente, ofertamos o atendimento para idosos semi dependentes, em situação de isolamento ou vulnerabilidade social, ofertando  e proporcionando um serviço de complementação dos cuidados realizados pela família ou responsável pelo idoso, que no momento se veem impossibilitados de realizar o cuidado integral, sendo o serviço denominado CENTRO DIA DA PESSOA IDOSA, um equipamento que propõe fortalecer os vínculos familiares e comunitários e assim melhorar a qualidade de vida dos idosos assistidos  dando suporte e orientações sobre cuidados básicos e necessidades da pessoa idosa junto aos familiares e responsáveis. 

Estas iniciativas garantem o reconhecimento formal dos direitos à mulheres, crianças, adolescentes e jovens, reconhecendo-os como sujeitos de direitos e plenos de cidadania. Além de incentivá-los a participar das atividades contempladas nosAcolhimentos Institucionais, no sentido de orientá-las a substituir o espaço conflituoso pelo mundo enriquecedor do acolhimento, da arte, da conquista da sua autonomia moral, intelectual e material, além de garantir o exercício pleno da cidadania, envolvendo ainda a família e a comunidade neste empoderamento de garantias fundamentais e Oferecer acolhimento provisório e excepcional para crianças e adolescentes de ambos os sexos, inclusive crianças e adolescentes com deficiência, em situação de medida de proteção e em situação de risco pessoal, social e de abandono, cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção. As unidades oferecem ambiente acolhedor, inseridoss na comunidade e com aspecto semelhante ao de uma residência, sem distanciar-se excessivamente, do ponto de vista geográfico e sócio-econômico, da comunidade de origem das crianças e adolescentes acolhidos. O atendimento prestado é personalizado , em pequenos grupos e favorecer o convívio familiar e comunitário, bem como a utilização dos equipamentos e serviços disponíveis na comunidade local. Grupos de crianças e adolescentes com vínculos de parentesco são atendidos na mesma unidade, e o acolhimento é garantido até que seja possível o retorno à família de origem ou extensa ou colocação em família substituta.